BLOG LE MI POR CAROL URURAHY
CAROL URURAHY

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

De repetente, Rio de Janeiro!

Imagino que vocês estejam acompanhando os blocos de carnaval no Rio de Janeiro. Eu passei o final de semana lá e que loucura! 40 graus, gente bonita pra todo lado! Mas o que eu realmente encontrei não foi folia, foi muito melhor: eu mesma.

Às vezes a gente esquece das nossas raízes. E se perde no nosso jeito tentando nos adaptar a padrões que não sabemos direito nem de onde vem, mas que estão ali e, em câmbio automático, a gente segue. E a consequência disso é que vai ficando um vazio interior que a gente não entende bem porque, mas que vão minando aos pouquinhos a nossa alegria, vão nos afastando da gente mesmo.

E aí, nessas horas, nada como voltar a lugar de onde saímos. Ver as paisagens, sentir os cheiros, reconhecer as pessoas. Sentir areia no pé, cheiro de pôr-do-sol, sotaque gostoso. E é claro que para chegar nisso, não precisa ser carioca - apesar de eu ser, e ter muito orgulho disso! E não precisa nem estar morando em outra cidade. Precisa sim fazer uma viagem, mas pra dentro de você.

E quando a gente encontra, aí brota uma força, de dentro pra fora que é verdadeiramente poderosíssima. Brota uma segurança, uma certeza, uma espécie de vestimenta interior que nos deixa lindas e radiantes. E a gente se veste deste novo/velho jeito onde quer a vida nos levar, no meu caso, a São Paulo.

Se tem muito tempo que você não faz essa viagem ao seu encontro, eu recomendo com empenho!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"Sei lá quês" que Levantam

Sabe quando algumas vezes as coisas ficam de repente difíceis e a gente tem que tirar forças sei lá de onde para conseguir abrir um sorriso de verdade? Pois é, eu estou aqui tentando entender exatamente o que é este "sei lá que" que levanta a gente. Afinal, quando a gente quer mesmo, a gente se esforça, sempre tem alguma coisa boa por perto que não estamos percebendo que nos dá mais que motivo pra levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. E o desafio é esse, não perder o foco nas coisas boas.

Então, fiquei pensando: quais seriam os "sei lá quês" que de repente nos oferecem uma súbita renovada, de dentro pra fora? Em primeiro lugar e longe de carolices, Deus. Deus como existir para você, mas sempre Deus, alguém que é Pai e olha por nós, a quem a gente pode simplesmente e com muita humildade entregar a nossa vida. Nossa família, seja ela numerosa ou pequena, implicante ou intrusiva, mas no final das contas ela está lá. Até os pequenos ajudam, e muito, porque não nos deixam ficar abatidas, pois precisam da gente, ali, inteira. E sempre nossos amigos mais queridos e amados, aqueles que nos lembram que somos quando a gente mesmo esquece e tem sempre um boa história pra contar.

Então se a gente encontrar essa riqueza que existe dentro da gente, a gente começa a levantar. E a olhar de outro jeito para os momentos difíceis, a olhar pro que tem de bom, e enxergar que por pior que esteja tudo, tem muita coisa boa também em volta. Às vezes o bom não é com a gente, mas podemos nos alegrar pelo bom que acontece para os outros também. E isso faz um bem danado.

E é por isso que a LeMi vai trazer jóias que falam desses "sei lá quês". É sempre bom carregar consigo algum objeto que nos dê essa força. Afinal, a vida é cheia desses percalços e a sabedoria é superá-los, com cada vez mais maestria. Bola pra frente e sorriso no rosto! E uma ótima semana pra você!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O Milagre da Vida

Cafona, né? Milagre da vida... Pois é, mas estou chegando a conclusão que muita coisa do que julgamos cafona, piegas, batido, sei lá que, é na verdade tudo de bom. Fico me perguntando... Será que a gente banaliza o que é impressionantemente profundo para não nos darmos conta da profundidade da coisa? Complicou? Pois é - de novo - na verdade não complicou não, é mais que simples: é sentimento puro.

Hoje eu vi o filho de uma amiga irmã minha nascer. Olha que eu tenho dois filhos, mas ver nascer uma criança que você acompanhou desde o dia em que pela primeira vez percebeu numa grande amiga a vontade de um dia formar uma família de verdade é absolutamente sensacional. Fiquei mais nervosa que no dia do meu próprio parto. Porque quando a gente ama - e eu amo esta nova família - a gente não pode conceber que algo corra nada menos que o perfeito. E quando é com a gente, bem, com a gente tudo certo, porque temos um sentimento de certa onipotência que nestas horas até que ajuda.

Mas ver um bebê nascendo - lindo aliás - é realmente um milagre. Algo que nos faz pensar a vida e colocar os pingos nos "is", enxergar o que realmente vale a pena. E perceber que se a gente fizer um pouco de silêncio na confusão que a gente vive ou cria no dia-a-dia, o sentimento está ali, e quando amamos ou queremos alguma coisa de verdade, o coração bate mais forte, o corpo esquenta, a voz fala mais alto ou cala totalmente, dependendo da personalidade. Mas a sensação é inconfundível: aquilo ali, seja uma nova vida ou seja o que for, realmente vale a pena. É renovar, é crescer, é gerar, é dar e receber. É estar vivo e gerar vida.

Sejam bem-vindas e abençoadas todas as novas vidas. E que venham mesmo, em enxurrada, com vontade, todos os sentimentos, novos ou já conhecidos, que nos façam sentir essa vontade de viver.

E vamos nós começar e criar as nossas próprias histórias, únicas, legítimas e acima de tudo absurdamente felizes.

*Este post é dedicado ao pequeno João Felipe, filho da minha irmã de coração Paula e do meu também muito amigo Ricardo, pessoas lindas e já pais maravilhosos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Selvagem em Nós Mesmos






Pois então, passei o ano novo no meio de um Safari, na África do Sul. Sou zero encantada com animas e confesso que estava mais empolgada com o visual da savana e com os vinhos do que propriamente em ver os bichos. E eu odeio acordar cedo. Mas chegando na reserva, tudo mudou.

O esquema é o seguinte: somos acordados as 5:30 da manhã e saímos pro Safari matinal, de 6 às 9. Café da manhã, piscina, almoço e soninho, depois partimos para o Safari final de tarde, das 16 às 19 horas. Jantar e cama para estar de pé na madrugada seguinte. O relógio biológico já muda e - por incrível que pareça - faz um bem danado.

Muito embora a vida maluca nas cidades nos faça esquecer de que efetivamente fazemos parte de todo um ecossistema, de uma cadeia alimentar o que eu percebi é que nossa natureza de animal é tão visceral que permanece lá. E parece que quando você fica cara-a-cara com um leão, ou um leopardo - esse assusta! - alguma coisa dentro da gente desperta, de uma forma tão expontânea, tão natural que de repente a gente se percebe totalmente diferente de como nos enxergamos no dia-a-dia. A gente se percebe instintivo, inteiro, forte e ao mesmo tempo reconhece que somos indefesos e um pedacinho bem pequeno de uma sociedade composta de seres bem maiores do que nós. Uma contradição difícil de compreender pelo nosso intelecto mas extremamente simples quando nos vemos lá, no meio dos bichos.

Mas o que me chamou atenção mesmo foi o fato de que se a gente se der espaço e procurar lá dentro de nós mesmos, vamos encontrar esse bicho humano. Ele não morreu, ele foi abafado por tanto coisa que colocamos na frente da nossa própria natureza. E que é possível nos libertarmos da escravidão racional a que nos submetemos buscando cada vez mais informação, conhecimento, lógica. E que encontrar um sentido para a existência pode vir de um caminho muito mais natural do que através de milhares de linhas da melhor filosofia.

Voltando pro concreto de São Paulo, fiquei pensando que, com algum esforço, acho que a gente consegue chegar nestas mesmas raízes, nestas mesmas emoções, sem precisar cruzar o atlântico. É olhar para si, limpar a mente e simplesmente sentir o que está acontecendo dentro de nós. E olhar para fora e perceber o céu, o vento, as árvores, os outros. É um a viagem interna que realmente vale a pena. Bon voyàge!