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CAROL URURAHY

segunda-feira, 29 de março de 2010

Exposição Andy Warhol na Pinacoteca


Este final de semana estive finalmente na exposição de Andy Warhol na Pinacoteca, em São Paulo. Que maravilha!

Gostem ou não da obra de Andy Warhol (1928 - 1987), é inegável que este excêntrico homem, maior ícone na Pop Art mundial, mudou paradigmas no mundo da arte e porque não da própria forma de enxergar o mundo, ou pelo menos de enxergar os Estados Unidos da América ou simplesmente América, como ele gostava de chamar seu próprio país.

Nascido em Pittsburg, filho de imigrantes do leste europeu, Warhol era fascinado pela conquista do sonho americano. Apresentava uma receptividade radical a novas possibilidades e a cultura que nascia: explorava temas como sexo, morte, poder e celebridades.

A Pop Art caracteriza-se pela apropriação de imagens do universo de consumo, da cultura de massa como tema. Segundo Philip Lorratt-Smith, curador da exposição, "A Pop Art pegou o que estava fora e colocou para dentro e o que estava dentro e colocou para fora." Inegável que este movimento artístico abriu espaço para a exibição da cultura popular que até hoje domina a arte contemporânea.


Warhol transitou por diversas possibilidades dentro do universo artístico. Sua primeira e talvez mais emblemática exposição aconteceu no final dos anos 50, na Ferus Gallery, em Los Angeles, quando apresentou uma série de imagens das sopas Campbell, alimento altamento democrático presente na rotina dos americanos, ricos ou pobres. Em 1962, passou a utilizar serigrafia e outros meios de reprodução mecânica, eliminando a distinção entre fotografia e pintura, assim como a Pop Art fez desaparecer a distinção entre arte "erudita" e "comercial". Warhol usou a imagem seriada para transformar produtos de consumo diário, como o ketchup Heinz, em "estrelas", além de revelar o glamour banal que a reprodução ilimitada de imagens conferiu a "estrelas" como Marilyn Monroe e Liz Taylor.





Gostando ou não da arte do Andy Warhol, é inegável que este homem tem uma forte colaboração no pensamento desta era de consumo desenfreado e supervalorização da celebridades. Só isso já vale a visita.


Pessoalmente, o que me encanta em Warhol é a simplicidade obvia, direta e por isso mesmo genial como vê o mundo. Muito dizem que ele faz uma crítica severa ao modo de vida americano. Mas pelo pouco que conheço das próprias palavras do artista, ele não tem a pretensão de fazer isso. Quer simplesmente colocar em evidência o cotidiano das pessoas, a cultura do momento.

Tem jeito mais interessante e eficaz de despertar olhares e comentários do que sendo absolutamente original, mostrando a vida como ela é, com pinceladas ou impressões de criatividade visceral e genuína?

Vale muito a pena conferir.

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